Células Estaminais: a Implantologia do futuro

Hoje em dia, as próteses e os implantes dentários oferecem resultados bastante positivos para os Pacientes que precisam de substituir os dentes naturais. No entanto, ainda que estas soluções sejam altamente eficazes e adaptadas a cada caso, os avanços na tecnologia podem estar perto de oferecer um cenário altamente disruptivo: o crescimento de uma terceira dentição com recurso a células estaminais. Consegue imaginar? 

O que são células estaminais? 

As células estaminais possuem a capacidade de se diferenciarem, tornando-se diferentes tipos de células presentes no nosso organismo. Estas características, aliadas à possibilidade de se auto renovarem e de se multiplicarem quase infinitamente, têm levado a ciência a estudá-las. Quer seja para a melhoria de tratamentos como para a cura de várias doenças.  
Embora anteriormente estas células fossem apenas obtidas através do cordão umbilical ou de células embrionárias, hoje em dia sabe-se que também podem ser retiradas de certas partes dos dentes. E foram, recentemente, associadas a uma descoberta que pode revolucionar a Medicina Dentária!  

Qual foi o estudo científico? 
 

Alvo de investigação há algumas décadas (e ainda com um longo percurso pela frente), esta área teve, recentemente, um grande avanço. Tudo graças a um grupo de investigadores do Wyss Institute, em Harvard. A equipa, liderada por David Mooney, conseguiu gerar uma componente do dente (a dentina), utilizando as propriedades das células-tronco e lasers.  

Qual foi o procedimento utilizado? 

Tudo se resumiu a uma experiência realizada com ratos! Em que os investigadores expuseram a dentina e a iluminaram. Usando lasers de baixa potência. Incidindo nessa zona, a luz do laser originou algumas moléculas com oxigénio e que apenas viviam por frações de segundo. No entanto, nesse reduzido tempo de vida, estas moléculas foram capazes de provocar uma reação em cadeia dentro das células estaminais, o que fez com que as células-tronco se convertessem em dentina. 
Entretanto, este procedimento também já foi testado em células de outros mamíferos e até em células humanas em laboratório. O que permitiu perceber melhor o funcionamento do laser e o potencial que este tratamento pode ter quando aplicado a seres humanos. 

Quais são as implicações desta investigação? 

Quando a sua aplicabilidade ao ser humano estiver comprovada, este método pode trazer mudanças consideráveis para a Medicina Dentária. De facto, a hipótese de fazer os dentes definitivos crescerem de novo, gerando uma terceira dentição com o potencial do nosso corpo, constitui uma nova forma de encarar a substituição dos dentes. E pode rapidamente tornar as próteses e os implantes em soluções obsoletas. 

Se forem gerados a partir das nossas células estaminais, os novos dentes podem garantir um encaixe mais preciso e diminuir os riscos associados aos outros métodos. Além disso, tanto a dimensão, como a cor e a forma, poderão ser naturalmente compatíveis com as dos dentes originais. O que representaria um grande avanço a nível estético. 
Esta descoberta pode, ainda, ter aplicações noutras áreas de estudo e noutro tipo de regenerações. Sejam elas em músculos, ossos ou até noutras células do corpo, aumentando a qualidade de vida dos Pacientes. 

Um futuro cada vez mais próximo 

Embora este estudo tenha conseguido gerar a dentina, esta investigação ainda carece de muitas análises até que seja realmente possível fazer crescer novamente um dente humano por completo. Ainda assim, a verdade é que, com o avanço da tecnologia, este cenário parece estar cada vez mais perto de se tornar uma realidade! 

As novas tecnologias poderão revolucionar os tratamentos em clínica num futuro próximo, mas até que este avanço esteja efetivamente confirmado, se apresenta falta de dentes, não abdique de procurar uma solução imediatamente. Visite o seu médico dentista, compreenda as opções disponíveis para o seu tratamento e faça uma escolha informada. 

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